27 fevereiro 2007

Viagem pela vida...


Se não puder ser o maquinista,
seja o passageiro mais divertido.
Procure um lugar próximo à janela,
desfrute cada uma das paisagens
que o tempo lhe oferecer,
com o prazer de quem realiza a primeira viagem.
Não se assuste com os abismos, nem com as curvas que não lhe deixam ver os caminhos que estão por vir.
Procure curtir a viagem da vida, observando cada arbusto, cada riacho, beirais de estrada e tons mutantes de paisagem.
Desdobre o mapa e planeje roteiros.
Preste atenção em cada ponto de parada,
e fique atento ao apito da partida.
E quando decidir descer na estação onde a esperança lhe acenou,
não hesite.
Desembarque nela os seus sonhos.
Que a sua viagem pela vida seja de primeira classe!

(Autor desconhecido)




Antes de tudo desculpem pela ausência, mas o carnaval foi de muita folia. :)

Agora esse texto é exatamente como tento levar a minha vida, porém com indecisões...

07 fevereiro 2007

Descisão

Tudo começou há vinte anos atrás, em uma madrugada fria de domingo para segunda quando por descuido tive um acidente automobilístico, bati meu carro em um poste, como estava sozinho, só eu sai machucado.
Naquela época não era obrigatório o uso de cinto de segurança e, por conseguinte eu não o usava. Com o choque o meu corpo foi para frente com muita força resultando em uma grave fratura entre a cabeça do meu fêmur esquerdo e a bacia que se quebrou ao meio.
Fui operado e por sorte o médico que me atendeu na emergência do Hospital das Forças Armadas era ortopedista cirurgião chefe e professor da UNB.
A recuperação foi dolorosa e lenta (oito meses), mas inicialmente o meu médico disse que no máximo em dois meses estaria andando novamente e isso não aconteceu. Apesar das fisioterapias, aplicações de ultra-som e infravermelho, quando encostava o pé no chão sentia uma dor interna aguda (entre a cabeça do fêmur e a bacia), sofri outra operação exploratória e depois de mais dois meses da minha “via crucis” continuava sentido dores. Assim resolvi me consultar com outros especialistas, primeiramente de Brasília, depois fui aos médicos do Hospital Sara Kubschek e finalmente ao maior especialista em bacia do Brasil em São Paulo. Todos foram unânimes no diagnostico, ficaria deficiente para o resto da vida e no máximo andaria de bengala.
Eu um jovem de 27 anos, não podia aceitar essa “realidade” e me agarrei ao único “salva-vidas” que era o meu médico, que sempre afirmara que voltaria a andar, correr, jogar, em fim, fazer tudo normalmente como antes. E após a terceira operação, realmente voltei a andar, correr e dar valor as minhas pernas estarem boas novamente. Entretanto ele me disse que por ter sido muito grave a fratura na bacia e como o rompimento da cartilagem foi grande (ele reconstituiu o máximo) ela tinha ficado mais fina que o normal e que com um tempo relativamente curto (em torno de cinco anos) ela acabaria e eu voltaria a sentir dores, pois teria atrito osso com osso (cabeça do fêmur com a bacia).
Como me sentia bem, não me preocupei com isso na época e por isso passei a fazer várias coisas que gostaria, como, por exemplo, vôo à vela, vôo de ultraleve, motociclismo, pilotar avião, mergulho, praticar esportes (não era muito chegado antes).
Isso foi muito bem até sete anos atrás quando estava na praia na região dos lagos - RJ, num salto em uma banana bolt, senti uma dor aguda. Cai no mar, nadei para a margem com dificuldade e com mais dificuldade cheguei ao carro para ir ao apartamento que tinha alugado para as férias. No dia seguinte voltei para Brasília e direto para consulta com o meu médico, que me medicou, passando antibióticos e analgésicos e disse para me preparar para a operação de colocação de próteses (cortariam a cabeça do meu fêmur e trocaria por uma de metal e na bacia colocariam um encaixe também de metal) e que voltaria a ficar normal, o problema é que o material sofre desgaste natural e a vida útil seria somente de 10 anos.
Resolvemos, eu e meu médico, a adiar o máximo possível a operação, ele ainda me disse que quando não agüentasse mais, quando estivesse realmente afetando a minha qualidade de vida, faríamos.
Bem esse dia chegou, hoje fui consultá-lo, pois não estava mais agüentando e resolvi operar em maio próximo, porém para agüentar até lá, modificamos os medicamentos para mais fortes. A boa noticia é que a liga de metal mudou (composto de fibra de carbono) e a duração aumentou para entre 15 a 20 anos.
Depois de vinte anos voltarei à mesa de operação e como otimista e confiante que sou, sei que a minha recuperação será rápida e ficarei ótimo logo.

05 fevereiro 2007

Soneto da Amizade



Ao amigo distante, de mim apartado
A quem interessar amizade nossa
Sentir-se amigo, irmão mais sagrado
Tua cumplicidade existir sempre possa
Não basta saber segredos, porventura
Haverá sempre amizade indiferente
Outra voz que conselho murmura
Saber-se da dor, a razão de repente
Porque minhas angústias chegaram
E se foram, outrora em meu peito
Desilusão, falsos amigos deixaram
Ao amigo sincero, nunca fica mágoa
Ao respeito dar-se, piedoso e límpido
Se dor houver, vejo com olhos d'água

Beijos no coração dos meus amigos
que os necessito como o ar que respiro.